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25/06/2020

O papel das escolas e dos professores na pandemia

A pandemia do coronavírus já impactou 80% dos estudantes no mundo. Estamos falando de mais de 150 países com aulas presenciais suspensas por tempo indeterminado. Esse é o cenário para que aponta o monitoramento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Todos conhecemos algum estudante ou professor que vem enfrentando desafios para se adaptar à situação de isolamento domiciliar. Os tempos atuais requerem muitas competências e habilidades que alunos e educadores tiveram que desenvolver do dia para a noite. Os alunos precisam ter disciplina e determinação para acompanhar aulas virtuais. Enquanto muitos professores estão recém aprendendo técnicas de Ensino a Distância (EaD) no ambiente digital. 

Apesar das dificuldades, não podemos negar que a escola e os professores desempenham papéis fundamentais no enfrentamento da crise do coronavírus. E é sobre isso que vamos tratar no blog de hoje!

 

Valorização dos professores

No mês de abril de 2020, a socióloga e educadora Lourdes Atié participou de uma live promovida pelo LIV (Laboratório Inteligência de Vida), programa de desenvolvimento de habilidades socioemocionais para crianças e jovens em escolas. A socióloga defendeu a importância de, em meio ao momento que estamos vivendo, refletirmos como sociedade o papel dos professores na formação das crianças e adolescentes:

“Tenho ouvido que famílias deixarão de pagar mensalidade porque já encontraram uma forma de as crianças ficarem em casa. O ensino domiciliar está querendo provar que, se é ‘só’ uma questão de receber tarefa em casa, não precisa de professor e a escola pode deixar de existir. 

Está mais do que na hora de professores que sempre se sentiram desvalorizados assumirem essa liderança e provar sua relevância mesmo numa sociedade que não os valoriza. São os professores que mostrarão aos alunos que, mesmo sem sair de casa, eles podem se encantar pelo conhecimento, que aprender é uma coisa absolutamente fantástica e que, sem ele, vamos cair na ignorância e na intolerância que o mundo está vivendo. Temos que lutar porque sem uma escola relevante não é possível aprender”.

 

Empatia e solidariedade em tempos de pandemia

Mais importante do que “salvar o ano letivo” neste momento, é o acolhimento emocional dos estudantes por parte das instituições de ensino e dos professores. Esse é o posicionamento de Gina Vieira Ponte, professora na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, em face à pandemia:

“A escola precisa estimular a continuidade das aprendizagens, mas isso não se restringe à entrega de conteúdo. É cumprir sua função social, percebendo a dimensão pedagógica dessa experiência.

Então é um bom momento para as crianças aprenderem sobre solidariedade, empatia, como lidar com situações incertas, respeitar o sentimento do outro, e entender que escolhas pessoais impactam o coletivo.

No artigo “Uma mensagem para as famílias durante o Covid-19” [em tradução livre], a pesquisadora de Educação Denise Pope, da Universidade de Stanford, explica quanto neste momento as crianças precisam de tempo de inatividade, de lazer, de sono, e principalmente de tempo de conversa sobre o que está acontecendo. Elas precisam ser ouvidas. 

Então um professor pode ligar para uma criança e dizer ‘nós estamos aqui, você não está sozinha, vamos atravessar isso juntos’. Esse diálogo humanizado é profundamente pedagógico, porque as habilidades, como as que constam na BNCC, não são aprendidas em aula expositiva, são competências adquiridas a partir das vivências”. 


O Cidepe presta sua solidariedade a todos os professores atuantes nesta pandemia global do coronavírus. Nós acreditamos no poder da educação e da ciência na transformação do mundo em que vivemos.


Confira depoimentos de professores no nosso blog post “A visão dos professores na pandemia”!
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